Por Pela primeira vez desde que os registros começaram em 2003, menos de 50% das mulheres em São Paulo decidiram usar o sobrenome do marido após o casamento. Em 2024, apenas 49% das noivas fizeram a alteração. No total, foram 241.906 casamentos no estado, e só 120.195 resultaram em mudança no nome da mulher. Duas décadas atrás, esse índice era de 77,3%.
O levantamento dos Cartórios de Registro Civil também mostra que os casais estão cada vez mais optando por manter o nome de solteiro. Em 2024, essa escolha apareceu em 41% dos matrimônios, o equivalente a 99.281 casais. Em 2003, essa opção representava apenas 10,5% dos casamentos.
Para a vice-presidente da Arpen-SP, Karine Boselli, esse movimento mostra uma transformação social importante. Segundo ela, “as escolhas sobre o nome no casamento refletem autonomia, igualdade e novos arranjos familiares”. Ela destaca que deixar ou não o sobrenome do cônjuge deixou de ser um gesto automático e passou a ser uma decisão mais consciente.
Enquanto isso, o movimento contrário, o marido adotar o sobrenome da esposa, continua raro. Em 2003, 3,78% dos homens fizeram essa opção. Em 2024, esse número caiu para apenas 0,88%. Já a alternativa de ambos trocarem sobrenomes entre si também diminuiu um pouco: de 9,7% dos casamentos em 2003 para 8,4% no último ano.
A Arpen lembra que a Lei Federal nº 14.382/2022 facilitou a alteração de sobrenomes. Agora é possível incluir sobrenomes familiares a qualquer momento, desde que o vínculo seja comprovado. Também é permitido adicionar ou retirar um sobrenome por motivo de casamento ou divórcio, e os filhos podem ajustar seus documentos caso os pais modifiquem os seus.
O novo cenário indica que cada casal está escolhendo o que faz mais sentido para sua identidade, sua história e seus valores, e não mais apenas seguindo tradições.
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