O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a elevar a tensão na região ao afirmar que os bombardeios terrestres contra grupos ligados ao narcotráfico na América Latina devem começar “muito em breve”.
A declaração foi feita durante uma reunião de gabinete, quando Trump comentou operações já realizadas contra barcos no Caribe e no Pacífico. Sem citar diretamente a Venezuela, o presidente respondeu que qualquer país envolvido no envio de drogas para os EUA pode ser atacado. Ele justificou que os grupos criminosos “mataram mais de 200 mil pessoas” e disse que, por conhecer rotas e locais onde os traficantes vivem, ofensivas por terra seriam ainda mais simples.

As falas de Trump acontecem no meio de uma escalada militar no Caribe, em que os EUA já realizaram ataques a embarcações que, segundo o governo americano, transportavam drogas rumo ao território norte-americano. Desde setembro, essas ações resultaram na morte de mais de 80 pessoas, e grande parte dos barcos teria partido da Venezuela. Relatos publicados pelo The Wall Street Journal apontam que Washington já avalia possíveis alvos militares em território venezuelano, como portos e aeroportos usados pelas forças armadas do país. Trump acusa Nicolás Maduro de chefiar o chamado Cartel de Los Soles e utiliza isso como justificativa para as ameaças de ataque direto.
Maduro, por sua vez, afirma que os EUA usam o tráfico como desculpa para tentar removê-lo do poder. Ele já respondeu publicamente com apelos como “no crazy war, yes peace” e chegou a conversar por telefone com Trump, mas teve suas condições recusadas.
Além da Venezuela, a Colômbia também entrou na mira. Trump criticou o governo de Gustavo Petro, acusando o país de manter “produção massiva” de cocaína e dizendo que “qualquer um” que envie drogas aos EUA está sujeito a ataque. Petro rebateu afirmando que seu governo destrói laboratórios diariamente e convidou Trump a ver pessoalmente o trabalho feito no combate ao narcotráfico.








Comentários